Você quer aplicar a gamificação em treinamentos mas não dispõe das últimas tecnologias para isso?
A boa notícia é que a gamificação pode ser totalmente offline! Basta um pouco de criatividade e estratégia na hora de criar seu treinamento.
Isso porque a aplicação de mecânicas de jogos à educação corporativa tem vários caminhos possíveis, que não dependem exclusivamente de dispositivos e plataformas digitais.
Em seu cerne, a gamificação é uma forma de utilizar as mecânicas, estéticas e raciocínio dos jogos para engajar pessoas, promover o aprendizado, motivar a ação e solucionar problemas.
Hoje, vamos aprender como gamificar treinamentos sem tecnologia, além de desvendar os segredos que tornam os jogos tão viciantes – o que podem turbinar seus treinamentos.
Como é a Gamificação em Treinamentos
Gamificar é uma tendência em alta nas áreas de educação e treinamentos corporativos, que diz respeito ao uso de mecanismos de jogos para resolver problemas ou engajar certos públicos.
O termo vem do inglês gamification, que foi originalmente definido como “o uso de elementos do design de jogos em contextos além do entretenimento”.
O responsável pela criação da palavra foi o programador e pesquisador Nick Pelling, mas quem popularizou a gamificação foi a game designer norte-americana Jane McGonigal, em uma icônica apresentação do TED em 2010. Assista a apresentação completa legendada:
Como metodologia, a gamificação é uma forma inovadora de motivar pessoas por meio de elementos como a competição, definição de objetivos e sistemas de recompensa.
Não à toa, gamificar se tornou uma estratégia certeira para criar treinamentos mais atrativos, interativos e eficazes.
Basta pensar na importância dos jogos e competições na história da humanidade e no quanto os games em geral são desafiadores e irresistíveis ao cérebro humano.
De acordo com o relatório Global Gamification Market da consultoria Mordor Intelligence, o mercado global de gamificação atingiu US$ 2,17 bilhões em 2017 e deve chegar a US$ 19,39 bilhões até 2023.
Esse crescimento se deve à adoção do método. Basicamente, a gamificação é orientada por quatro princípios fundamentais:
- Definição de objetivos claros para os participantes, como um propósito central para a interação;
- Definição de regras que representam as limitações e condições para atingir os objetivos;
- Estabelecer um sistema de feedback constante que mostra o progresso dos participantes e a aproximação dos objetivos;
- Garantir a participação voluntária mediante compromisso com as regras do jogo.
A partir desses elementos, é fácil notar que a gamificação não se limita à criação de jogos, mas compreende toda uma metodologia para criar desafios envolventes que engajam pessoas para cumprir objetivos.
Logo, gamificar um processo significa orientá-lo de acordo com o comportamento humano, ativando as motivações do usuário com um modelo lúdico e participativo.
Não é difícil imaginar o quanto essa estratégia pode ser útil para impulsionar a aprendizagem em treinamentos, principalmente nas empresas.
(Leia mais: Acelere seu time de vendas com a gamificação nas empresas)
Gamificação em Treinamentos para além da tecnologia
Quando o assunto é gamificação, a primeira imagem que vem à mente envolve aplicativos, plataformas e ferramentas digitais com mecânicas de jogos.
No entanto, gamificar vai muito além da tecnologia, pois envolve o design focado na experiência, engajamento e interação.
Em sua essência, a gamificação não depende do mundo digital, pois é possível definir objetivos, oferecer feedback e criar desafios sem o uso de recursos virtuais.
Na realidade, “a gamificação é 75% psicologia e 25% tecnologia”, de acordo com o especialista Gabe Zichermann. Em seu livro Gamification by Design (O’Reilly Media, 2011), escrito em parceria com Christopher Cunningham, ele defende que o sucesso da gamificação está no apelo às necessidades humanas.
É claro que a tecnologia pode potencializar algumas experiências, mas o essencial está na capacidade de despertar a motivação por meio de desafios com uma narrativa envolvente e recompensas imediatas.
Para atingir nossos anseios mais elementares, a gamificação oferece um estímulo à competição, além da possibilidade de compartilhar as conquistas e acompanhar nosso progresso em tempo real.
Assim, podemos criar experiências engajadoras sem a necessidade de interfaces virtuais, apenas com a gamificação aplicada a dinâmicas presenciais, relações e processos.
Nos treinamentos corporativos, gamificar é uma questão de criatividade e aplicação de mecânicas instigantes para encorajar os colaboradores.
Passos para aplicar a Gamificação em Treinamentos
Agora que você já entendeu a essência do método, vamos ao guia prático de como gamificar treinamentos na sua empresa.
Confira o passo a passo para alavancar o aprendizado:
1) Defina os objetivos de aprendizagem
Toda estratégia de gamificação de treinamentos começa com a definição de objetivos, devidamente alinhados às metas de aprendizagem e propósito da empresa.
Para isso, você precisa responder às seguintes questões:
- Qual o resultado final a ser alcançado pelo participante ao final do processo?
- O que significa “ganhar” nesse jogo?
- O que você quer que o colaborador saiba e sinta no fim do treinamento?
Naturalmente, o treinamento gamificado deve girar em torno dos desafios, obstáculos e questões relevantes para o negócio.
2) Crie uma aventura
O storytelling é um dos principais segredos para a magia dos jogos, que significa basicamente contar uma boa história para cativar os participantes.
Isso porque as analogias são a melhor forma de fixar conteúdos e fazer com que as pessoas se lembrem do que aprenderam. Por isso, não basta criar uma mecânica para o treinamento: é preciso imaginar um universo específico, com personagens, símbolos e figuras próprias.
Por exemplo, os colaboradores podem escolher avatares para representá-los, disputar insígnias a cada fase da competição ou cumprir missões épicas durante todo o processo.
Outra dica é utilizar a famosa “jornada do herói” para a narrativa do treinamento, que leva o participante a superar os obstáculos para conquistar seus objetivos.
3) Estabeleça as mecânicas e regras
Para gamificar o treinamento, você precisa criar mecânicas e regras que permitam o progresso gradual dos colaboradores, com feedback constante de suas conquistas.
Existem inúmeras formas de fazer isso, mas alguns dos elementos mais comuns são:
- Sistemas de pontos com classificação dos participantes de acordo com o desempenho;
- Níveis diferentes que podem ser alcançados conforme a experiência e pontos acumulados;
- Distribuição de emblemas ou badges conforme as ações do colaborador;
- Combinação de desafios individuais e em grupo (competição e colaboração);
- Prêmios de reconhecimento para os mais bem colocados ao final do processo.
Tudo isso pode ser aplicado em uma atividade presencial, usando somente uma lousa ou materiais simples como papel e caneta.
4) Meça os resultados
Seja qual for a sua estratégia de gamificação, é fundamental medir os resultados ao final do treinamento.
Para isso, você deve estabelecer indicadores de desempenho que se adaptem ao formato escolhido, que podem envolver resultados individuais e coletivos.
Uma boa opção é conduzir pesquisas de opinião ou avaliações após o treinamento, ou ainda observar o impacto nos KPIs da equipe treinada. Embora gamificar treinamentos sem tecnologia seja absolutamente viável, é claro que isso gera algumas dificuldades na obtenção de informações e mensuração do ROI.
Uma das vantagens em utilizar aplicativos inteligentes e sistemas digitais é justamente a precisão dos dados, pois há soluções tecnológicas capazes de mapear gaps de aprendizagem, automatizar treinamentos e oferecer relatórios em tempo real, como a Niduu faz.
Se você quer saber mais sobre como você pode desenvolver seus colaboradores com gamificação com ou sem tecnologia, nós podemos te ajudar a ter resultados reais em seus treinamentos.