Quer renovar seus treinamentos com uma estratégia de mobile learning certeira? Então, não basta só adequar conteúdos para o celular, é preciso criar uma nova experiência de aprendizagem.
Sabemos que essa não é uma tarefa simples, por isso vamos ajudar você com dicas e táticas que já funcionam no mercado. Para acompanhar a onda do m-learning, você precisa entender melhor o conceito, suas aplicações e as vantagens para a empresa.
Além disso, é importante saber como estruturar a estratégia ideal e quais práticas estão fazendo a diferença no T&D.
Tudo isso já está selecionado e muito bem explicado em 4 tópicos no artigo de hoje:
- Mobile learning: uma trajetória promissora;
- Mobile learning é o mesmo que e-learning?
- Vantagens da aprendizagem móvel;
- Os 6 segredos para sua estratégia de mobile learning.
Se faltava motivação para adotar o mobile learning, ao final dessa leitura você terá muitas razões para isso.
Mobile learning: uma trajetória promissora
O mobile learning ou m-learning pode ser definido como uma metodologia de aprendizagem à base de conteúdos e interações em dispositivos móveis. Ou seja, é uma forma de educação a distância que utiliza o poder dos smartphones e tablets.
Essa ideia surgiu pela primeira vez na década de 1970, quando o informático Alan Kay começou a trabalhar para um centro de pesquisa da empresa Xerox.
O projeto ambicioso de Kay era criar um dispositivo chamado “Dynabook”, uma espécie de pré-palmtop que armazenava livros e conteúdos para fins educacionais. Por falta de recursos tecnológicos, o projeto não foi para frente - mas abriu caminho para o futuro do mobile learning.
Algumas décadas mais tarde, nos anos 2000, a explosão dos smartphones trouxe a plataforma perfeita para impulsionar a aprendizagem móvel. Hoje, dois terços da população mundial estão conectados por dispositivos móveis (dados da GSMA) e o mercado de mobile learning deve atingir US$ 37,6 milhões em 2020 (Markets and Markets).
O conceito surgiu há quase 50 anos, mas só hoje temos o cenário perfeito para chegar ao seu ápice.
Da sala de aula ao escritório
O uso do mobile learning como processo de aprendizagem começou na sala de aula, mais especificamente nas universidades. A UNESCO, por exemplo, defende a adoção da metodologia para tornar a educação mais inclusiva, apoiando professores e empoderando alunos.
A Agência reforça que a leitura em dispositivos móveis pode custar de 300 a 500 vezes menos do que os livros físicos, além de ultrapassar qualquer fronteira geográfica. A possibilidade de reduzir custos, aumentar a eficiência e trazer a mobilidade para a educação chamou a atenção das empresas, que adotaram o m-learning nos treinamentos corporativos.
Segundo o relatório 2017 Workplace Learning Report do Linkedin, 67% dos aprendizes ao redor do mundo já utilizam dispositivos móveis. A edição de 2019 do mesmo relatório mostra que o crescimento geral do mobile learning nas empresas se manteve com uma média de 5% ao ano.
Já o estudo Corporate Learning Predictions, Observations & Trends do CGS mostra que os investimentos em mobile learning cresceram 66% em 2018, ficando atrás apenas dos investimentos em vídeos (70%) e seguido do microlearning (61%).
Os números mostram que o m-learning não é apenas uma moda passageira, mas sim uma tendência crescente na área de T&D.
Mobile learning é o mesmo que e-learning?
Será que o mobile learning é simplesmente uma forma de e-learning em dispositivos móveis? A resposta é não. O mobile learning tem suas próprias dinâmicas e características, bem diferentes do e-learning.
Apesar de ambos os métodos utilizarem a internet e ambientes virtuais de aprendizagem, a palavra-chave do m-learning é mobilidade, ou seja, os smartphones e tablets são ferramentas de aprendizagem diferenciadas, que facilitam o acesso a conteúdos e a conexão entre pessoas a qualquer hora e lugar.
Desse modo, o mobile learning oferece mais autonomia e controle sobre a própria aprendizagem, além da possibilidade de interações sociais durante o processo. Quando você migra o curso de um desktop para dispositivos móveis, já está mudando completamente o método de ensino-aprendizagem.
Os 5 conceitos de mobilidade
Para entender melhor o que é o mobile learning, precisamos nos debruçar sobre a mobilidade.
No artigo Expandindo o conceito de mobilidade (SIGGROUP Bulletin, 2001), os autores Kahikara e Sorensen propõem 5 dimensões:
1. Mobilidade física: é a possibilidade dos aprendizes de aproveitar todas as oportunidades para aprenderem durante os deslocamentos do dia a dia.
2. Mobilidade tecnológica: é a facilidade de utilizar diversos dispositivos móveis para aprender em movimento, como tablets, smartphones e e-readers.
3. Mobilidade conceitual: é a proposta de que estamos sempre aprendendo e, por isso, podemos compartilhar a atenção entre diferentes conceitos e conteúdos.
4. Mobilidade social: é o contato e interação com grupos sociais de amigos, familiares e colegas de trabalho por meio de dispositivos móveis.
5. Mobilidade temporal: é a capacidade de aprender em diferentes momentos, conforme nossa disponibilidade, e não somente em horários fixos e pré-agendados.
Como você pode ver, o m-learning contempla vários tipos de mobilidade, como nenhum outro método é capaz. O conceito é inovador porque permite que qualquer pessoa aprenda em seu ritmo, na hora que quiser, onde estiver e como preferir – e ainda pode compartilhar seus estudos com outras pessoas.
Vantagens da aprendizagem móvel
Depois de conhecer melhor o mobile learning, você já deve imaginar quais são as vantagens de implementar essa estratégia nas empresas. Vamos conferir as principais.
Flexibilidade na aprendizagem
Flexibilidade é a palavra de ordem nas empresas modernas, e isso também vale para o treinamento e desenvolvimento.
Na pesquisa mais recente do LinkedIn, vimos que os colaboradores querem controlar sua jornada de aprendizagem. Prova disso é que 74% gostariam de aprender nos intervalos do expediente, ao mesmo tempo em que 52% preferem aprender somente quando necessário, de forma flexível e adaptável.
O mobile learning resolve as duas questões e evita os longos treinamentos tradicionais que já não surtem efeito.
Aumento do engajamento
Engajar os colaboradores nos treinamentos é um dos maiores desafios do T&D.
Levando em conta que os colaboradores checam seus celulares, em média, 150 vezes ao dia, o mobile learning é uma excelente opção para prender sua atenção e envolvê-los nos treinamentos. O dado é do estudo Top Learning Trends for 2019 da Roundtable Learning, que aponta o m-learning como a tendência que cresce mais rápido no mundo corporativo.
Promoção da aprendizagem social e colaborativa
Mais de 70% dos colaboradores da geração Z querem experiências de aprendizado sociais e colaborativas no ambiente de trabalho, seguidos de 69% dos millennials e 56% da geração X (LinkedIn).
Isso significa que as pessoas precisam compartilhar conteúdo entre si para aprender melhor, por meio de fóruns, grupos, redes sociais e aplicativos de mensagens. Com os smartphones, é muito mais fácil garantir essas interações e ampliar a colaboração nos treinamentos.
Fortalecimento da cultura de aprendizagem
Já é consenso geral que uma cultura de aprendizagem é necessária para manter a competitividade no mercado. Afinal, o prazo de validade do conhecimento é cada vez mais curto e o capital humano precisa estar constantemente atualizado para acompanhar as mudanças.
Com o mobile learning, é mais fácil estabelecer o aprendizado contínuo como um padrão na empresa. Isso porque os colaboradores têm acesso aos conteúdos necessários o tempo todo, com os treinamentos sempre à mão.
Os 6 segredos para sua estratégia de mobile learning
Agora que você está por dentro das vantagens do mobile learning, já pode aproveitar melhor nossas dicas exclusivas. Descubra os 6 segredos para uma estratégia campeã.
1. Defina os objetivos de aprendizagem
Toda estratégia de mobile learning começa com a definição dos objetivos de aprendizagem. Mas esses objetivos não podem ser focados apenas na transferência de conhecimento, eles têm que corresponder às estratégias do negócio.
Ou seja, a aprendizagem tem que contemplar as competências-chave para o crescimento da organização, de acordo com os rumos planejados.
Para acertar nos objetivos, você pode tomar como base os KPIs (indicadores-chave de desempenho) utilizados para medir o sucesso da organização. Se uma das metas da empresa é melhorar o indicador de satisfação do cliente, por exemplo, os treinamentos em m-learning podem ser direcionados para o foco no cliente.
2. Adote uma política de BYOD
BYOD significa Bring Your Own Device ou Traga Seu Próprio Dispositivo, uma política que permite aos colaboradores utilizarem seus smartphones e tablets durante o expediente.
As principais vantagens do BYOD para o T&D são a redução de custos com fornecimento de hardware para treinamentos e personalização da aprendizagem. Os colaboradores aprendem melhor em seus próprios dispositivos, que proporcionam mais conforto e liberdade na hora de estudar.
Por outro lado, a empresa deve estar preparada para desenvolver soluções que se adaptem a diferentes dispositivos com a mesma qualidade na experiência.
3. Agregue valor com o microlearning
O mobile learning e o microlearning são inseparáveis, pois um método complementa o outro na criação de uma poderosa solução de aprendizagem.
As microlições de poucos minutos são perfeitas para os dispositivos móveis e potencializam seus efeitos, pois motivam os colaboradores a estudar e tornam o acesso aos conteúdos mais fácil. E quando o microlearning inclui a gamificação, os treinamentos ficam ainda mais engajantes e desafiadores.
4. Inclua seus colaboradores alocados e remotos
Uma das grandes vantagens do m-learning é a possibilidade de treinar colaboradores em qualquer lugar, incluindo os que trabalham à distância. Assim, você pode oferecer a mesma experiência de aprendizagem a colaboradores alocados na empresa e remotos, mantendo os padrões que o T&D necessita para medir resultados.
Você pode também adaptar os formatos de conteúdo para locais com conexões lentas, optando por arquivos mais leves e de fácil execução, como animações simples, textos e imagens.
5. Incentive a aprendizagem colaborativa e multiplataforma
Já falamos sobre os benefícios da aprendizagem social e colaborativa, parte essencial da sua estratégia de mobile learning. Logo, você pode incentivar o compartilhamento de ideias e discussões sobre os treinamentos por meio de aplicativos de mensagens, redes sociais corporativas e qualquer plataforma de comunicação que a empresa utilize.
As empresas que usam ferramentas como Skype, Hangout e Microsoft Teams, por exemplo, podem integrar esses canais ao m-learning, criando novas possibilidades para socializar o conhecimento.
6. Estabeleça métricas para o sucesso
Você só saberá se a estratégia de mobile learning foi bem-sucedida se tiver as métricas certas para mensurar os resultados. Cada estratégia terá seus próprios KPIs, que têm a função de estabelecer parâmetros de sucesso para medir o progresso em todos os critérios possíveis.
Para criar os seus, você precisa focar em três pontos: o feedback da equipe de T&D, o feedback dos colaboradores e os resultados para a organização.
Sua estratégia de m-learning, por exemplo, tem como objetivo aumentar o engajamento dos colaboradores. Para saber se esse objetivo foi cumprido, você pode analisar KPIs como o clima organizacional, taxa de retenção e Net Promoter Score (NPS). A evolução desses indicadores, após o treinamento, vai revelar se os esforços tiveram o retorno esperado ou se é preciso mudar a estratégia.
Além disso, os treinamentos devem refletir em indicadores essenciais para a empresa como os de produtividade, lucratividade e qualidade.
Quando você consegue escolher os KPIs certos e mostrar o impacto do mobile learning sobre eles, a comprovação de resultados está garantida.
Hora de adotar o mobile learning
Se você chegou até aqui, já tem inúmeros motivos para desenvolver sua estratégia de mobile learning e aproveitar os benefícios.
De fato, a aprendizagem móvel está em pleno crescimento e conquistando a prioridade nos investimentos de T&D. A previsão da GSMA indica que 75% da população mundial estará conectada aos smartphones até 2020.
No ambiente de trabalho, só os dispositivos móveis poderão acompanhar o ritmo acelerado do expediente e oferecer uma experiência de aprendizagem compatível com esse cenário.
Oferecemos a você algumas dicas simples e objetivas para adotar o mobile learning sem mistérios e de acordo com a realidade da sua empresa.
Se você tem interesse em soluções mais completas, já é possível combinar o poder do smartphone com a praticidade das microlições. E mais: gamificar os treinamentos para motivar ainda mais os colaboradores a cumprirem desafios na palma da mão.