A comunicação não violenta nas empresas é um conceito que reforça a empatia, a validação dos sentimentos e a relação saudável entre os colaboradores das organizações.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Avon e Papo de Homem determina que 64% das pessoas possuem dificuldade em estabelecer uma conversa com indivíduos que pensam diferente delas porque a comunicação se torna agressiva, sendo assim que 8 em cada 10 pessoas não costumam conversar com quem tem opiniões contrárias.
Esse cenário representa uma grande dificuldade para as empresas, que buscam cada vez mais desenvolver a gestão da diversidade no negócio, um ambiente corporativo saudável e uma comunicação aberta e ativa com os colaboradores.
Para combater esse cenário, a empatia, a inteligência emocional, a negociação e a flexibilidade, assim como outras habilidades comportamentais, são essenciais para que a relação da equipe seja benéfica à empresa, surgindo então a comunicação não violenta.
O que é a comunicação não violenta nas empresas e qual a sua importância?
Segundo o psicólogo americano Marshall B. Rosenberg, idealizador do conceito de Comunicação Não Violenta (CNV), essa metodologia se resume da seguinte forma:
“A Comunicação Não Violenta se baseia em habilidades de linguagem e comunicação que fortalecem a capacidade de continuarmos humanos, mesmo em condições adversas. Nossas palavras, em vez de serem reações repetitivas e automáticas, tornam-se respostas conscientes, firmemente baseadas na consciência do que estamos percebendo, sentindo e desejando.”
Logo, pode-se afirmar que a metodologia inclui muito mais que apenas a comunicação entre pessoas. Ela também é uma maneira de pensar, observar os sentimentos e estabelecer conexões com terceiros, sempre se atentando aos gatilhos que desencadeiam certas reações e ações que geram conflitos para que o caminho da violência seja evitado.
A CNV busca otimizar a relação dos indivíduos, determinando espaços, auxiliando na solução de conflitos e ensinando a vocalizar melhor as necessidades de cada um.
Como essa metodologia é elaborada por meio dos princípios da não violência, ela é fundamental nas organizações para que a gestão de pessoas ocorra de maneira eficiente entre as equipes.
Os 4 pilares de uma comunicação não violenta bem implementada
A comunicação não violenta nas empresas possui quatro pilares importantes para que os gestores, líderes e profissionais de RH se atentem em sua implementação e obtenham sucesso na comunicação entre os colaboradores.
Conheça mais sobre cada um dos quatro pilares a seguir, acompanhe.
Pilar #1: observação
O primeiro pilar diz respeito à observação pura, sem percepções pessoais ou opiniões prévias, da comunicação e situação que está acontecendo no momento.
Em organizações, é imprescindível que esse pilar seja bem estabelecido para que se evite conflitos, visto que sua intenção é observar antes de agir ou julgar os outros colaboradores da equipe.
Pilar #2: sentimento
Uma vez que a conversa e situação é observada, chega o momento de identificar o sentimento causado naquele momento, tanto em si mesmo quanto no outro.
A habilidade de empatia faz parte das soft skills do futuro e é bastante exigida em organizações que possuem uma cultura bem implementada, sendo extremamente importante saber se colocar no lugar de outras pessoas e validar seus sentimentos.
Inclusive, a identificação de sentimentos é uma excelente estratégia para as empresas, como aponta Rosemberg, que também determina por meio de pesquisas que se torna mais simples convencer pessoas quando se expressa sentimentos, além de se desarmar igualmente ao outro.
Esse é um detalhe relevante de se compreender sobre a comunicação não violenta, o fato de que não se trata de reprimir sentimentos, mas reconhecer os próprios e ser empático com os sentimentos dos outros, o que auxilia toda à equipe a alcançar metas e objetivos.
Pilar #3: necessidades
Depois de compreender a comunicação, situação e os sentimentos envolvidos, é o momento de pensar nas necessidades de cada um.
As necessidades estão relacionadas ao que é preciso para otimizar as atividades do cargo e da empresa de uma maneira geral, mas sem que a opinião pessoal influencie na comunicação.
Por exemplo, se um colaborador elaborar um relatório financeiro extremamente simplificado e os detalhes importantes de transações externas não se apresentam no relatório, é necessário comunicá-lo.
No entanto, não é plausível falar que o “relatório não está bom”. É necessário explicar que os detalhes devem estar presentes para que possíveis problemas financeiros sejam identificados.
A comunicação não violenta é assertiva e empática, evitando conflitos, otimizando o tempo e beneficiando as relações internas da empresa.
Pilar #4: pedido
O último pilar da comunicação não violenta é sobre a formulação de uma frase ou pedido a partir da observação, sentimento e reconhecimento de necessidades descritas acima.
No exemplo do colaborador que elaborou um relatório financeiro muito simplificado, é indicado que a comunicação seja estabelecida da seguinte forma: “Analisei o relatório e ficou muito bom, mas percebi que alguns detalhes não estão no relatório e são importantes para identificar possíveis problemas na empresa. Você poderia rever estes detalhes e inseri-los no relatório para analisarmos juntos, por gentileza?”
Esse é um pedido e uma argumentação não violenta, o que exercita a CNV na empresa e nos colaboradores, que se tornam pessoas empáticas, preocupadas em não machucar os colegas e que não se sentem ofendidos com os feedbacks de terceiros.
As 3 etapas de implementação da comunicação não violenta na empresa
Como é perceptível, a comunicação não violenta é importante para que os setores das empresas se mantenham em harmonia e as metas e objetivos do negócio sejam alcançados.
Pensando nisso, elaboramos três etapas para sua implementação, veja abaixo e comece a colocar em prática na sua empresa em breve.
Etapa #1: realizar o diagnóstico da cultura organizacional e da comunicação interna do negócio
A primeira etapa para implementar a CNV na organização é realizar o diagnóstico da cultura da empresa e de sua comunicação interna, compreendendo como as pessoas se relacionam nas dependências do negócio.
O mais recomendado para determinar a cultura e a comunicação é a realização de pesquisas internas, entrevistas com colaboradores, análise de feedbacks pessoais a respeito da empresa e outras opções.
Com isso, os gestores e líderes de equipe conseguem identificar problemas e conflitos que estão ocorrendo entre os colaboradores, assim como a dificuldade em expressar opiniões, bloqueios pessoais e a falta de canais de comunicação adequados para as pessoas.
Inclusive, os canais de comunicação são essenciais para que os colaboradores tenham a liberdade de sugerir ideias que otimizem a comunicação entre colegas e o apontamento de conflitos que os superiores podem não estar identificando.
Etapa #2: aperfeiçoar a liderança corporativa e estimulá-la a se comprometer à comunicação não violenta
A liderança corporativa é responsável por guiar a equipe no desenvolvimento e aperfeiçoamento de suas habilidades, tanto comportamentais quanto técnicas, para alcançarem seu potencial máximo e estabelecerem relações de parceria e confiança no time.
Portanto, estes profissionais são os primeiros a se comprometerem com a comunicação não violenta na empresa, servindo de exemplo e inspiração para os demais colaboradores.
Etapa #3: disponibilizar conteúdos e treinamentos corporativos para os colaboradores desenvolverem a comunicação não violenta
Além dos gestores e líderes serem os exemplos e inspirações para os colaboradores, é imprescindível que todos os profissionais da organização vivenciem treinamentos corporativos e recebam conteúdos relevantes a respeito da CNV.
Inclusive, é indicado que os conteúdos tragam exemplos práticos baseados em momentos que ocorrem no cotidiano da empresa para os colaboradores visualizarem com maior facilidade as situações.
Quanto aos treinamentos, estes são essenciais para que o time aprenda e pratique a comunicação não violenta com eficiência. A Niduu é uma solução de capacitações corporativas gamificadas e customizadas conforme as necessidades da sua empresa, então é a solução certa para os seus colaboradores.
A disponibilização destes conteúdos e treinamentos são indispensáveis para desenvolver e aperfeiçoar toda a equipe, incluindo os gestores, líderes e profissionais de RH.
Qual o papel da liderança corporativa na implementação da comunicação não violenta nas empresas?
Em 2018, a Harvard Business Review publicou um artigo de Rasmus Hougaard e Jacqueline Carter, diretores da Potential Project, apontando que os líderes corporativos são vistos como presentes para a equipe quando possuem escuta ativa e validam as sugestões e sentimentos do time.
Um outro estudo, pautado em 2016 pela HBR, também mostra dez competências importantes para que a liderança desempenhe um papel importante e eficiente na equipe:
- Alto padrão ético e moral;
- Metas e objetivos com diretrizes maleáveis;
- Comunicação clara de expectativas individuais e em grupo;
- Flexibilidade para mudar de opinião;
- Comprometimento com a capacitação contínua dos colaboradores;
- Diálogo consistente e aberto com a equipe;
- Mente aberta à novas ideias e abordagens;
- Validação dos sentimentos do time;
- Suporte e apoio para colaboradores que buscam se tornarem líderes no futuro;
- Segurança para a equipe tentar, errar e aprender.
Inclusive, uma pesquisa do portal Administradores também cita o papel da liderança corporativa na motivação das equipes.
Logo, o seu papel na implementação da comunicação não violenta nas empresas é imprescindível para que se obtenha sucesso, respeito e empatia entre os colaboradores, sendo os exemplos e inspirações para os demais.
Dessa maneira, também se torna possível combater a rotatividade da organização ao investir na retenção de talentos, a qual é beneficiada por líderes de alta performance.
Conclusão
A empatia está relacionada a diversos estudos que comprovam os resultados positivos da comunicação não violenta nas empresas, então agora que os quatro pilares e as três etapas de implementação foram pautadas, entre em contato conosco para desenvolver e aperfeiçoar os colaboradores da sua equipe!